O comércio eletrônico ou digital é um modelo de vendas que não pode mais ser desprezado pelas empresas. A necessidade de investir nesse conceito de negócios a cada dia se torna prioritária, ganha tempo e consumidores que buscam essa visibilidade. Disponibilizar os produtos em lojas virtuais acaba sendo alternativa de marketing para o empresário que busca expandir a sua marca no mercado.
A Tercerize, agência de Alvorada/RS especializada em e-commerce, trabalha com esse nicho e possui entre os seus clientes desde o empreendedor, que inicia seu próprio negócio, até grandes empresas com 30 anos de mercado, inclusive multinacionais. Segundo o sócio-diretor da Tercerize, Adriano dos Santos Lucas, apesar da resistência de alguns setores mais tradicionais, a venda virtual, hoje, é fator decisivo no sucesso de muitas marcas e redes de lojas brasileiras e quem não atentar para esse fato ficará para trás.
Lucas ressalta a importância que o e-commerce vem ganhando em todos os segmentos, seja de produtos ou de serviços. “Anos atrás falávamos em vender pela internet e as pessoas achavam graça. Hoje, vemos pizzarias que atendem 90% dos seus pedidos pela web e grandes redes fechando as lojas físicas para atender somente através do e-commerce”, lembra. Atuando há dez anos, a Tercerize ainda explora outros sistemas para cada perfil de empresário, além de fazer o acompanhamento das soluções e disponibilizar apoio técnico para os clientes.
A Miromi, empresa do ramo da estética automotiva há quatro anos no mercado, trabalha com uma carteira de mais de 20 mil clientes em todo o Brasil e a oferta de mais de mil produtos disponíveis na web. As vendas da Miromi passam por diversos produtos importados ( em torno de 80%), como cera de polimento e xampu, e itens de fabricação própria, como o Tira Riscos para pequenos reparos na lataria.
Com um crescimento anual da empresa em torno de 30%, o proprietário Alex Miromi acredita que o sucesso de suas vendas se dá pelo tratamento personalizado a cada cliente que adquire um produto através do comércio eletrônico. “ Eu mesmo atendo cada comprador, dando mais segurança e credibilidade no processo de venda”, frisa Alex.
“Trabalho bastante com SEO (otimização para mecanismos de pesquisa), cuido muito bem do e-mail marketing, além de ter um blog e estar atento às redes sociais”, relata Alex. “No Facebook tenho mais de 26 mil pessoas que curtem a página”, relaciona. “Outra questão que me preocupo bastante é analisar em que momento o cliente sai do site. Através do Google Analytics, faço o monitoramento dessas ações para identificar e corrigir o problema que promove a evasão do usuário”, complementa.
Alex disse que a loja virtual da empresa está entre as maiores do país, mas nem por isso ele deixa de se atualizar e evoluir diariamente para se destacar sempre no mercado. “Busquei um nicho que ainda não tinha tanta concorrência. No início pode ter sido mais difícil, mas trabalhando da forma certa o site cresceu e alcançou o status atual”, considera.
De acordo com o proprietário, o conteúdo deve ser dinâmico e, ao mesmo tempo, original. As informações da loja virtual são produzidas pela própria empresa, com dados baseados no conhecimento técnico dos profissionais. “ Temos uma equipe para auxiliar na produção dos textos, dos quais eu mesmo me encarrego de orientar. Quem busca os produtos vai querer saber mais sobre o polimento, o espelhamento, o uso dos materiais, com o conhecimento de quem sabe o que informa”, especifica.
Quanto ao crescimento do negócio, Alex garante que o mercado virtual aumenta de 60% a 80% ao ano e o tipo de venda apresenta outras vantagens. “O custo de venda on-line é mais baixo, não é necessário ter um ponto para a empresa e nem precisa estar bem localizado, como é o caso do comércio físico”, salienta. Alex comenta um exemplo em relação ao lucro do e-commerce: “A minha loja virtual, onde trabalham apenas cinco pessoas, fatura mais do que uma física com o serviço de 15 funcionários”.
O próximo projeto da Miromi é entrar na distribuição de produtos para o varejo. Ele adianta que já está em negociações com outras empresas para dar início à nova atividade. “O público-alvo da Miromi na internet é o consumidor final. Agora vou representar algumas marcas internacionais no Brasil e disponibilizar esses produtos para as lojas de autopeças também”, afirma. Alex projeta ainda para 2013 a construção de uma sede em Estrela/RS que deverá ter uma área de 600 metros quadrados para atender melhor as suas demandas de comercialização.
O caminho para a loja virtual
“Elaboramos projetos que possam ser desenvolvidos no ambiente on-line através de um planejamento estratégico, que é o primeiro passo para qualquer empreendedor digital, ouvindo sempre o que o empresário tem para nos dizer”, explica o sócio-diretor da Tercerize, Adriano dos Santos Lucas. “Conheça bem o seu negócio, estude a concorrência, pontue seus pontos fortes e fracos e faça um levantamento das oportunidades de mercado”, relaciona. O passo seguinte é conhecer a rotina de um e-commerce, fazendo experiências de compra em outros sites, inclusive concorrentes, e analisar os prazos de entrega e como a mercadoria chegou.
“Enumere tudo isso no seu planejamento e aí sim parta para a próxima etapa. Caso você não tenha experiência em planejamento, contrate uma agência ou profissional especializado”, indica Lucas. Também é importante buscar uma cadeia de fornecedores confiáveis e que cumpram prazos. “Até porque a tendência do e-commerce é sempre trabalhar com uma margem de estoque pequena e uma estrutura física enxuta”, explica.
A próxima etapa passa pela busca de uma boa plataforma que se enquadre no modelo de seu negócio. Lucas ressalta alguns detalhes que devem ser considerados na hora de escolher as ferramentas. Plataformas Open Source (free) oferecem maior facilidade na hora de desenvolver novos módulos e integrações, além de total liberdade para mudar de fornecedor ou migrar tudo para outra empresa, se for necessário. Plataformas proprietárias, normalmente, oferecem número limitado de módulos e funcionalidades, pagos separadamente.
A maior vantagem desse módulo é que geralmente oferece suporte e a desvantagem é que quase todas elas amarram o cliente na hora de sair. Também é importante analisar quantas versões da ferramenta já saíram após o seu lançamento, isso demonstra se a empresa se preocupa com o seu aperfeiçoamento.
O terceiro passo, é o que geralmente levanta mais dúvidas, é a escolha dos meios de pagamento. Existem três formas mais comuns, que são os intermediários de pagamentos (bancos virtuais), gateway de pagamento e a integração direta com os cartões de crédito e bancos. O intermediário, como próprio nome diz, intermédia a relação entre a sua loja e o cartão de crédito, cobrando um percentual sobre a venda por este serviço.
O gateway faz uma ponte direta entre sua loja e a operadora e tem sido o mais usado por ser mais rápido e mais prático para o cliente. O gateway cobra uma taxa por transação, sem comissão na venda, e o lojista paga a taxa usual do cartão de crédito. Na integração direta com os cartões, corre-se o risco de haver uma falha na comunicação na hora da compra e a transação se perder, por isso não é muito indicada. Outro ponto importante a ser considerado é um bom certificado de segurança. “Aquele cadeado que aparece no pé da página”, esclarece. “As pessoas atentam para esse item e ele tem sido fator decisivo para conversão na venda”, comenta.
Loja pronta. É hora de ir para o marketing e ganhar o mercado. “Um processo de e-commerce não é simplesmente abrir uma lojinha na internet. Mostramos para o cliente a importância de se realizar um estudo contínuo do negócio, de como é fundamental investir em divulgação e na construção de um relacionamento duradouro com o cliente, além de manter uma busca constante por melhorias nas experiências de compra e busca por resultados”, ressalta Lucas.
Assim como em uma loja física, um e-commerce precisa ter seus diferencias, oferecer vantagens para os clientes e tornar-se referência dentro do segmento em que atua. Lucas salienta que é preciso ter cuidado especial com o atendimento e o pós-venda. “Isso gera a satisfação e a fi-delização do cliente, fazendo com que sua loja supere a frieza do relacionamento virtual. Surpreenda seu cliente, mostre a ele que você valoriza a sua fidelidade, emocione-o. Isso vai garantir o sucesso do seu negócio”, finaliza Adriano.